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Velocine - Fotografia de Márcio Camboa

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Cinema itinerante apresentado pelo personagem Ivo, que fala com as mãos e comunica por sinais o poema Ozymandias.

Ozymandias é um soneto de 1818, escrito por Percy Bysshe Shelley (1792-1822), e que antes de ser o título da obra do poeta inglês foi o nome dado pelos gregos ao faraó Ramsés II, um dos mais memoráveis líderes do Egito, com um reinado longo e prestigiante.

É a partir da imagem deste faraó que Percy Bysshe Shelley tece sua história de poder. O relato chega-nos de um viajante que descreve seu encontro com uma estátua perdida no meio do deserto. A história é tão simples que se torna avassaladora. Trata-se de uma imagem cênica com uma simbologia clara e acrescentada de riqueza poética pelo autor, as palavras do faraó servem de recado à posteridade. Numa manobra de destreza poética, Percy Bysshe Shelley passa do aviso aos comuns mortais para a derrocada do próprio Ozymandias.

O que o poeta alcança de forma magistral é o desarme de todas as figuras políticas que, do alto da sua megalomania, esquecem-se que todos os impérios caem. É isto que liga o soneto Ozymandias aos nossos tempos, o impacto do populismo e a concentração de poder, onde percebemos que os homens gostam mais de construir do que de preservar.

Percy Bysshe Shelley começou a escrever o soneto em 1817, só depois do anúncio que o Museu Britânico adquirira um fragmento da estátua de Ramsés II, datado do século XIII aC. Isso leva a crer que foi este o evento que o levou a escrever o poema. A ideia do símbolo máximo de um faraó tornar-se mercadoria ou antiguidade parece conter grande tensão literária e uma forte energia poética.

 

O poema também tem uma leitura de maior leveza e otimismo, dizendo-nos que por mais que um reinado seja efêmero a arte pode permanecer. Algo que o próprio Ozymandias fez, afinal Ramsés II foi o responsável por obras-primas que duraram muito mais do que o seu longo reinado.

 

O soneto Ozymandias pode servir de lição a todos os que se mantém obcecados com o poder. Numa era em que o totalitarismo parece voltar à arena política e onde o disparate é a melhor forma de destaque, é importante que nos lembremos de como a história deixa o infinito em xeque e o põe à parte no desenrolar do tempo.

Atuação de Rudinei Morales

Treinamento em Libras por Elaine Regina

Fotografia de Márcio Camboa

Duração 60 minutos com sessões itinerantes de 10 minutos

Classificação Livre

Acessível em LIBRAS

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